REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE CARYOCAR SPP. E PERFIL DE CAROTENOIDES RELACIONADOS À COR DA POLPA DE PEQUI (CARYOCAR BRASILIENSE) DE DIFERENTES REGIÕES DO CERRADO

O Cerrado é a segunda maior vegetação brasileira em área e possui grande diversidade de espécies frutíferas com elevado potencial de uso, embora ainda subutilizadas pelas comunidades locais. A polpa de Caryocar sp. possui teores consideráveis de compostos fenólicos, contudo, a literatura científica é escassa e os resultados disponíveis são discrepantes. Em polpa de C. villosum destacam-se teores consideráveis de ácido gálico e ácido elágico, mas não foram encontrados estudos que analisaram o perfil destes compostos em C. brasiliense. Deste modo, o objetivo deste trabalho foi realizar a especiação de carotenoides e compostos fenólicos em polpa de C. brasiliense coletada em quatro regiões do Cerrado, assim como correlacionar estes parâmetros com a cor da polpa. A composição nutricional das polpas de pequi também variou de acordo com a região de coleta dos frutos, destacando-se as polpas nativas de Tocantins, que apresentaram maior teor de umidade e menor de lipídeos, enquanto que os frutos nativos do Mato Grosso se sobressaíram pelo alto teor de lipídeos e valor energético. A polpa oriunda de Minas Gerais e a polpa branca coletada em Tocantins tiveram menores concentrações de compostos fenólicos totais. Há alta correlação entre a cor da polpa de C. brasiliense e o seu teor de carotenoides. Os frutos nativos de Goiás, Minas e Mato Grosso se destacaram pelas elevadas concentrações de carotenoides totais, apresentando valores superiores a alimentos tradicionalmente conhecidos por serem ricos neste nutriente. No entanto, devemos ressaltar que apesar de rico em carotenoides, o pequi não é composto por carotenoides precursores de vitamina A, apenas por carotenoides com diversas outras funções, como zeaxantina, luteína, violaxantina e seus ésteres. carotenóides, alimentos funcionais, benefícios para a saúde, nutrientes, polifenóis