Avaliação da massa muscular esquelética, ansiedade e depressão e ingestão proteica de pacientes com câncer

Este é o título da defesa pública de dissertação de Jéssika Dayane Pereira Soares, que ocorrerá no dia 27/02/2019 às 09:00h no Miniauditório Jatobá.

Introdução: Pacientes com câncer do trato gastrointestinal (TGI) apresentam risco de desnutrição, devido ao crescimento tumoral, tratamento, presença da resposta inflamatória sistêmica e alterações relacionadas ao bem-estar físico e emocional. Como resultado se desenvolve a sarcopenia, caracterizada pela perda ponderal de peso, massa e função muscular esquelética. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho foi avaliar massa muscular esquelética, ansiedade e depressão e ingestão proteica nos pacientes com câncer do TGI. Metodologia: Estudo transversal que incluiu pacientes adultos e idosos, ambos os sexos, diagnóstico primário confirmado do TGI e órgãos anexos, que fizeram cirurgia e estavam em quimioterapia ou radioterapia. Foram aplicados: o questionário para diagnóstico rápido de sarcopenia (SARC-F) e a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS). A perda de função muscular (LMF) foi avaliada pelo questionário SARC-F, e os participantes divididos em LMF (≥4 SARC-F) e grupo de função muscular normal (NMF<4 SARC-F). Ansiedade e depressão foram analisadas pela Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS). O consumo alimentar foi estimado pelo recordatório habitual. Em seguida, a ingestão dietética foi calculada no programa de cálculo dietético e os pacientes foram divididos em dois grupos: dieta hipoproteica (LP≤ 1,2g/kg/dia) e dieta hiperproteica (HP>1,2 g/kg/dia). A massa muscular apendicular (ASM) foi calculada usando a fórmula de Lee e os seus valores foram divididos pelo quadrado da altura para obter o índice de massa esquelética (SMI). Resultados: 1) Foram avaliados 71 pacientes, dos quais 25,35% (n=18) apresentaram perda de função muscular (≥4 SARC-F), sendo que PFM: 4(4-9) vs. FN: 1(0-3), p<0,0001. Adicionalmente, pode-se observar uma associação positiva entre o escore SARC-F e o escore de ansiedade (r=0,34, p=0,004). 2) Dos 106 pacientes avaliados, 69 (65% tiveram ingestão hipoproteica (LP ≤1.2 g/kg) e 37 (35%) ingerem dieta hiperproteica (HP >1.2 g/kg). A regressão logística mostrou associação positiva do SMI com a ingestão de proteína do dia (OR: 38.52, 95%IC[4.10-361.92], p<0.001) e com dieta hiperproteica (OR: 4.19, 95%IC[1.06-16.56], p=0.04) somente após o ajuste pela ingestão de carboidrato e calorias (modelo 2). Essa associação foi encontrada entre a ingestão de proteína total e com a dieta hiperproteica. As análises de regressão linear mostraram que a ingestão de calorias e carboidratos combinada com o consumo proteico total do dia, foi capaz de predizer em 43% (p= 0.006) o SMI quando comparado com a ingestão de BCAA (32%, p= 0.614) ou leucina (29%, p= 0.641). Conclusões: A perda da função muscular foi associada com maior escore de ansiedade em pacientes com câncer do trato gastrointestinal. O consumo proteico total do dia combinado com calorias e carboidratos foi melhor preditor do SMI do que a ingestão de BCAA ou leucina.

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