Impacto Da Capacitação Em Boas Práticas Em Manipuladores De Alimentos De Escolas E Creches Públicas De Um Município De Goiás

Este é o tema a ser apresentado no Exame de defesa de dissertação de Mestrado de Suwellen de Resende Moraes, orientado (a) pelo (a) professor (a) Maria Cláudia Dantas Porfírio Borges André, que ocorrerá no dia às 14:00h no(a) Miniauditório Jatobá.

Introdução: De acordo com a Constituição Brasileira o acesso à alimentação e nutrição adequadas é um direito humano fundamental. O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é uma das mais antigas políticas sociais do Brasil e tem por base a garantida deste direito a crianças atendidas em creches e escolas públicas. Neste contexto, as Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) se tornam um desafio para a garantia da qualidade deste produtos. As DTA podem acometer qualquer indivíduo, inclusive grupos considerados de alto risco, como crianças. A contaminação de alimentos por microrganismos patogênicos pode ser evitada, se os princípios das boas práticas de manipulação forem seguidos.
Objetivo: Avaliar a eficácia do treinamento em boas práticas de manipulação nos hábitos de manipuladores de alimentos em Unidades de Alimentação e Nutrição de creches e escolas municipais de uma cidade do Estado de Goiás.
Metodologia: Foi realizada uma pesquisa do tipo transversal analítica de avaliação antes e depois entre os meses de agosto de 2018 e junho de 2019. Participaram 36 manipuladores de alimentos de creches e escolas de um município de Goiás. Foi aplicado por voluntários treinados um questionário com perguntas sócio-demográficas e também foi colhido material de mãos e narinas dos manipuladores antes do início do preparo dos alimentos para a detecção de Staphylococcus aureus e Escherichia coli. Após a primeira coleta foi realizada uma capacitação com estes manipuladores sobre Boas Práticas de Manipulação e realizadas coletas periódicas de amostras de mão e nariz, bem como a observação de Boas Práticas. Os resultados obtidos foram analisados no programa R studio.
Resultados: Observou-se que 88% dos manipuladores estão acima de 40 anos de idade sendo 74% destes concursados e do total, 70% trabalham na função há mais de oito anos e 58% não possuem ensino médio completo. Não foi observado diferenças significativas (p<0,05) entre o nível de contaminação dos manipuladores antes e após o treinamento, em todas as etapas do estudo. Conclusão: De acordo com os resultados, o treinamento dos manipuladores não interferiu na diminuição da contaminação dos manipuladores, consequentemente não diminuiu o risco de contaminação dos alimentos por esta fonte. Evidenciou-se a necessidade de aplicação de outra estratégia de conscientização destes manipuladores a fim de minimizar o risco de transmissão de microrganismos aos alimentos.