Análise do desempenho neuromuscular, capacidade funcional, qualidade de vida, indicadores de fadiga e ansiedade durante o tratamento quimioterápico do câncer de mama

Este é o tema a ser apresentado no Exame de defesa de dissertação de Rafael Ribeiro Alves, orientado pelo professor Carlos Alexandre Vieira, que ocorrerá no dia 23/01/2020 às 14:00h no Auditório FEN/FANUT.

Introdução: As evidencias sobre os efeitos dos ciclos do tratamento quimioterápico sobre medidas de desempenho muscular, estado mental, social e cognitivo no câncer de mama são escassas. Objetivo: Analisar e comparar os efeitos dos ciclos de quimioterapia sobre a ativação e força muscular, qualidade de vida, fadiga e ansiedade de mulheres com câncer de mama. Métodos: Participaram do estudo 17 mulheres divididas em grupo tratamento (n = 7; 47,2 ± 11,3 anos) e grupo controle (n = 10; 53,7 ± 6,3 anos), foram realizadas analises de desempenho muscular, qualidade de vida, fadiga e ansiedade após o 2º e 4º ciclo de quimioterapia, bem como após finalização do tratamento de mulheres diagnosticadas com câncer de mama, comparadas a mulheres saudáveis. A normalidade dos dados foi realizada pelo teste de Shapiro-Wilk. Os dados foram comparados pelo teste anova two-way (2x2), sempre que necessário foi utilzado o pos-hoc de Bonferroni. O nível de significância foi definido em p <0,05. Resultados: A ANOVA two-way demonstrou maior ativação muscular do reto femoral no grupo CNT comparado ao TRA no momento pós [F (1,40) = 5,345; p = 0,026], sem diferença no baseline. Além disso, o grupo CNT demonstrou desempenho superior na força muscular comparado ao TRA no teste de sentar e levantar no baseline (29,1 ± 4,2 e 18,1 ± 3,5, respectivamente), assim como no pós (28,5 ± 2,4 e 18,5 ± 2,6, respectivamente). Adicionalmente, o grupo TRA apresentou decréscimo significativo no domínio de capacidade funcional da qualidade de vida no baseline comparado ao pós (77,0 ± 16,9 e 58,7 ± 11,6, respectivamente) e entre os grupos. Contudo, não foram demonstradas diferenças entre os domínios de fadiga e ansiedade. Conclusão: O tratamento quimioterápico atenuou a ativação muscular, capacidade funcional e domínios da qualidade de vida. Os resultados sugerem que a implementação de estratégias não farmacológicas como o exercício físico podem contribuir para minimizar esses efeitos negativos.