Carcinoma Espinocelular de Cabeça e Pescoço: alimentação, dados clínicos e padrão de metilação do MIR375

Este é o tema a ser apresentado no Exame de defesa de dissertação de Mestrado de Ana Carolina da Silva Lima, orientada pelo professora Maria Aderuza Horst, que ocorrerá no dia 27/02/2020 às 14:00h no Miniauditório Jatobá.

Objetivo: Identificar se há associação entre o padrão de metilação de regiões do DNA que codificam o microRNA-375 (mir375) com a alimentação em pacientes com carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço. Metodologia: Trata-se de estudo observacional analítico transversal. Foram incluídos pacientes com diagnóstico de carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço em fase de pré-tratamento, de ambos os sexos, com idade entre 20 e 80 anos. As variáveis estudadas foram: idade, sexo, tabagismo e etilismo, sítio anatômico primário do tumor, estadiamento clínico e diferenciação tumoral. Para avaliação da ingestão alimentar foi utilizado o Questionário de Frequência Alimentar validado no estudo ELSA (Brasil). Foi avaliada a ingestão dos macronutrientes: carboidratos, lipídios e proteínas, dos micronutrientes: cálcio, fósforo, cobre, ferro, zinco, selênio, magnésio, manganês, sódio, potássio, vitaminas do complexo B (B1, B2, B3, B6, B9 e B12), vitaminas A, C, D e E, e de grupos alimentares. Para realização das análises moleculares foram coletadas amostras de células orais com citobrush (escova macia), no entanto estas análises ainda não foram realizadas. Resultados: Foram incluídos 124 pacientes com idade média de 60 anos, sendo maioria do sexo masculino. Cerca de 90% e 85% da amostra era tabagista e etilista, respectivamente, dentre esses 90% faziam uso simultâneo de tabaco e álcool. Com relação ao consumo alimentar, o único componente que diferiu entre os sítios anatômicos foi o grupo alimentar “doces”, que o consumo foi maior em pacientes com tumores de hipofaringe e laringe do que em pacientes com tumores em orofaringe. O estadiamento tumoral foi associado com o consumo de açúcar de adição independente do sítio anatômico. O consumo alimentar não foi associado com o estadiamento clínico e nem com a diferenciação quando estratificado por sítio anatômico. Conclusão: O consumo alimentar de açúcar de adição de pacientes com câncer de cabeça e pescoço foi associado a estádios mais avançados da doença, independente do sítio primário da doença.