O efeito da fase da vida de início da obesidade sobre os parâmetros da síndrome metabólica

Este é o tema a ser apresentado no Exame de defesa de dissertação de Mestrado de Nayra Figueiredo, orientada pela professora Flávia Campos Corgosinho, que ocorrerá no dia 02/04/2020 às 08:30h via webconferência.

Objetivo: Avaliar a associação da fase da vida em que iniciou a obesidade com os parâmetros da Síndrome Metabólica (SM) de mulheres com obesidade severa. Métodos: Trata-se de um estudo transversal realizado com 47 mulheres que serão submetidas à cirurgia bariátrica em um hospital público de Goiânia. Foram coletados os dados antropométricos: peso, altura, circunferências da cintura, quadril e pescoço, sangue para analise bioquímica: glicose, insulina, hemoglobina glicosilada, colesterol total, HDL, LDL e TG. Os dados de pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) foram coletados dos prontuários eletrônicos das pacientes e HOMA-IR e TG/HDL foram calculados. As voluntarias foram agrupadas quanto a fase da vida em que iniciou a obesidade: infância ou adulta e os critérios da International Diabetes Federation (2005) foram utilizados para a classificação da Síndrome Metabólica. Os testes foram realizados de acordo com a normalidade, com valor de p <0,05. A Característica Operacional do Receptor (ROC) foi explorada e construída para definir pontos de corte para frações TG / HDL-c como preditores de SM. Resultados: A prevalência de mulheres com SM encontrada foi de 76,59%. A maior parte da amostra ,63,83% relatou ter o início do ganho de peso excessivo na fase adulta e apenas 36,17% na infância. As mulheres que tiveram ganho de peso precoce apresentaram maiores médias para peso (p=0,008), IMC (p=0,031) e CQ (p=0,036) e não foi encontrado uma associação da fase da vida em que iniciou a obesidade com o desenvolvimento da SM. Além disso, os pontos de cortes de TG/HDL-c estabelecidos para aquelas que desenvolveram o ganho de peso excessivo precoce e tardio de, respectivamente, 2,30 e 2,19 podem ser usados para detectar a SM. Conclusão: Mulheres que desenvolveram obesidade na infância apresentaram associação positiva com parâmetros antropométricos como o peso, IMC e CQ. A fase da vida em que a obesidade iniciou não apresentou ser um fator determinante para o desenvolvimento da SM na fase adulta e a fração TG/HDL-c pode ser usada como preditor da SM de acordo com o desenvolvimento precoce ou tardio da obesidade.