
Potencial probiótico de bactérias láticas isoladas de resíduos do processamento de frutos do Cerrado
Este é o tema a ser apresentado no Exame de defesa de dissertação de Mestrado de Dennia Pires de Amorim Trindade, orientada pela professora Patrícia Amaral Souza Tette, que ocorrerá no dia 11/06/2021 às 08:30h Via webconferência.
LINK para assistir a defesa: meet.google.com/yhg-rwqj-kjf
Diversas espécies de frutos do Cerrado brasileiro possuem potencial para exploração econômica, por conterem elevado valor nutritivo e funcional. Os resíduos desses frutos podem conter bactérias láticas com propriedades funcionais relacionadas à atividade probiótica. O objetivo desse estudo foi isolar, caracterizar e identificar bactérias láticas em subprodutos do processamento de frutos do Cerrado, bem como avaliar in vitro propriedades de segurança e funcionalidade. Os frutos selecionados foram bacupari-do-cerrado (Salacia crassifolia), cagaita (Eugenia dysenterica DC. Myrtaceae), cajuzinho-do-cerrado (Anacardium humile), gabiroba (Campomanesia adamantium) guapeva (Pouteria gardneriana Radlk), mama-cadela (Brosimum gaudichaudii Tréc), mangaba (Hancornia speciosa Gomes), pequi (Caryocar brasiliense Camb.) e puçá Mouriri elliptica Mart.). Foram isoladas e caracterizadas 20 colônias macroscopicamente diferentes a partir de resíduos dos frutos do Cerrado. As análises bioquímicas e morfológicas mostraram 14 isolados catalase negativos, Gram-positivos e com formato de coco ou bacilo, posteriormente identificados, por meio de sequenciamento do gene 16S rRNA, como Lactiplantibacillus plantarum/pentosus, Lacticaseibacillus casei/paracasei, Pediococcus adicilactici e Weissella cibaria/confusa. Os testes de segurança incluíram a resistência aos antibióticos, atividade hemolítica, de gelatinase, coagulase e DNAse. Os critérios de funcionalidade foram testados a partir da exposição ao pH 2,0 por 3 horas e também pela atividade antimicrobiana contra Esherichia coli, Staphyloccus aureus e Salmonella sp. resistência aos antibióticos variou entre os isolados e nenhum apresentou atividade hemolítica, de gelatinase, coagulase e DNAse. A exposição ao baixo pH reduziu a sobrevivência da maioria das estirpes examinadas após exposição de 3 horas, sendo que quatro apresentaram taxa de sobrevivência semelhante ao controle (TS: 0,81), enquanto L. casei/paracasei da guapeva apresentou taxa superior (TS: 0,98). Quanto à atividade antimicrobiana, 11 isolados foram capazes de inibir o crescimento de todos os patógenos testados. Análise de cluster agrupou os isolados conforme similaridade. As diferenças nos resultados ressaltam a especificidade da matriz alimentar, bem como de cada gênero, espécie e estirpe. Análises complementares são necessárias para investigação aprofundada do potencial probiótico.