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Escore Poligênico de Risco para Dislipidemia: interação entre fatores alimentares e marcadores do perfil lipídico de Adultos Jovens

Este é o tema a ser apresentado no Exame de defesa de dissertação de Mestrado de Ana Carolina Antoneli dos Anjos Lustosa, orientada pela professora Maria Aderuza Horst, que ocorrerá no dia 20/08/2021 às 09:00h via webconferência.

Introdução: As dislipidemias são um fator de risco importante para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV) e tem acometido, cada vez mais, adultos jovens. Fatores ambientais (em especial a alimentação) e genéticos estão envolvidos na gênese das dislipidemias, entretanto essa relação é complexa e ainda não totalmente elucidada. Assim, são necessários estudos visando elucidar se escores poligênicos de risco (EPR) estão associados com fatores dietéticos na determinação de alterações em biomarcadores séricos do perfil lipídico de adultos jovens Metodologia: estudo transversal, envolvendo 200 adultos jovens (19 a 24 anos), de ambos os sexos e sem diagnóstico de doenças. O consumo alimentar foi avaliado por recordatórios de 24h. Foram avaliados os seguintes marcadores bioquímicos de perfil lipídico: triacilgliceróis (TG), colesterol total (CT) e o contido nas lipoproteínas de alta densidade (HDL-c) e de baixa densidade (LDL-c) e foi calculado o não HDL-c (n-HDL-c), também foram dosadas as apolipoproteínas APOA e APOB. A genotipagem foi realizada em DNA extraído de sangue total por PCR alelo especifica para oito polimorfismos: SCARB1 (rs4765623), APOB (rs693 e rs1367117), LIPC (rs2070895 e rs1800588), LDLR (rs5925 e rs688), FABP (rs1799883) os quais compuseram o EPR. As associações foram verificadas por regressão linear múltipla. Resultados: Houve interação entre o EPR e o consumo de lipídeos nos seguintes marcadores: CT (Pinteração=0,017). APOA (Pinteração =0,056), APOB (Pinteração =0,022), HDL-c (Pinteração =0,058), LDL-c (Pinteração =0,005) e colesterol N-HDL (Pinteração =0,011) A interação entre o EPR e consumo de gorduras, principalmente da poli-insaturada, influenciou significativamente a APOB (Pinteração=0,041), colesterol N-HDL (Pinteração=0,00) LDL-c (Pinteração=0,005) e colesterol total sérico (Pinteração=0,025) Conclusão: a nutrigenética ajuda a entender as respostas clínicas interpessoais dos indivíduos. O estudo mostra que as variáveis gene-dieta e marcadores sérios se interagem e podem indicar alterações de forma precoce na população jovem. Analisar fatores de risco tradicionais isoladamente, seja a dieta ou biomarcadores séricos, podem ser insuficientes para monitorar o início de doenças, como a dislipidemia, mesmo em um público jovem aparentemente saudável.