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DEFESA DE DISSERTAÇÃO: Bárbara Paixão de Gois

O evento ocorrerá no dia 22/02/2022, às 14:00h via webconferência.

Link da defesa: http://meet.google.com/qyf-kffj-dyh

 

Título do trabalho: Relação entre fase da vida do desenvolvimento da obesidade e perfil inflamatório de mulheres com obesidade severa

 

Orientadora: Flávia Campos Corgosinho.

 

Resumo:

 

Objetivo: Avaliar a relação entre a fase da vida do desenvolvimento da obesidade e o perfil inflamatório de mulheres com obesidade severa. Métodos: Estudo transversal, analítico descritivo. Realizado em Goiânia, com 48 mulheres com obesidade severa (IMC > 40kg/m2) e com idade entre 20 e 59 anos. Foram recrutadas pacientes da fila de espera para realizar cirurgia bariátrica no Hospital Estadual Geral de Goiânia Dr. Alberto Rassi. Após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, conforme a resolução 466/12, foram coletados dados antropométricos de peso, altura, circunferência de pescoço (CP), cintura (CC) e quadril (CQ) e amostras de sangue para análise do perfil metabólico (glicose, insulina, Homa-IR, Homa-Beta, hemoglobina glicada, GME e PCR) e inflamatório (leptina e adiponectina). Foi utilizado o método de ensaios imunoenzimáticos ELISA para a análise das adipocinas, e as razões Leptina/Adiponectina e Adiponectina/Leptina foram calculadas. As voluntárias foram agrupadas quanto a fase da vida em que desenvolveram obesidade (Jovem:  20 anos e Adulto: > 20 anos). Foi realizado o teste de normalidade seguido do teste T de Student para amostras independentes. Também foram feitas as correlações de Pearson (amostra total) e Spearman (por grupo) para verificar a associação entre a leptina, adiponectina e razões lep/adipo e adipo/lep com as demais variáveis. O nível de significância foi estipulado em 5%. Resultados: Todas as voluntárias apresentavam médias dos exames bioquímicos e valores médios de CP e CC compatíveis com risco cardiovascular, inflamação e resistência a insulina, sendo que 54,16% delas apresentavam hiperleptinemia. Foi encontrada correlação positiva entre Leptina e IMC (r= 0.311, p=0.036). Houve também correlação positiva entre a razão Lep/Adipo com Homa IR (r=0.460, p=0.002), hemoglobina glicada (r=0.382, p=0.014) e GME (r=0.383, p=0.014), e correlação negativa com insulina (r= -0.362, p=0.020). Mais da metade das voluntárias (56,25%) relatou ter desenvolvido obesidade na fase adulta. Esse grupo apresentou correlação positiva entre a razão Lep/Adipo com IMC (r=0.460, p=0.021), CP (r= 0.478, p=0.016) e CC (r= 0.535, p= 0.006). Também foram encontradas correlações negativas entre a razão Adipo/Lep e IMC (r= -0.454, p=0.023), CP (r= -0.458, p=0.021) e CC (r= -0.524, p=0.007). A adiponectina apresentou correlação negativa com a CP (r= -0.418, p=0.038), CC (r= -0.437, p=0.029), hemoglobina glicada (r= -0.485, p=0.019) e GME (r= -0.458, p=0.019). O grupo que desenvolveu obesidade na idade jovem apresentou correlação positiva da razão Lep/Adipo com marcadores glicídicos, sendo entre a razão Lep/Adipo e a insulina (r= 0.647, p=0.004) e com Homa Beta (r=0.564, p=0.015), mas não apresentou com os marcadores antropométricos. Conclusão: A fase da vida de desenvolvimento da obesidade parece influenciar no perfil inflamatório de mulheres com obesidade severa. Os dados sugerem que o perfil inflamatório está correlacionado com os marcadores antropométricos apenas em mulheres que desenvolveram a obesidade na fase adulta. Por outro lado, os marcadores inflamatórios estão correlacionados com o perfil glicídico apenas nas mulheres que desenvolveram obesidade na infância ou adolescência.