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DEFESA DE DISSERTAÇÃO: Roseli Neves de Mello

O evento ocorrerá no dia 21/03/2022, às 14h via webconferência.

O link do Google Meet será publicado na página ppgnut.fanut.ufg.br no dia da defesa. 

 

Título do trabalho:

Associação entre a frequência de consumo de alimentos de acordo com a classificação NOVA e o perfil inflamatório de mulheres com obesidade severa.

 

Orientador(a):

Flávia Campos Corgosinho.

 

Resumo:

 

A obesidade é uma doença de caráter inflamatório crônico de baixo grau, o que leva
a disfunções metabólicas e outras doenças correlatas. Dentre as alterações causadas
pela obesidade destacam-se a hiperleptinemia e a hipoadiponectinemia, o que
favorece o estado pró-inflamatório, a resistência à insulina e o risco cardiometabólico.
Os compostos presentes nos alimentos e bebidas da dieta podem atuar em vias
inflamatórias dos tecidos periféricos e, consequentemente, alterar a concentração
plasmática de marcadores inflamatórios e influenciar na saúde do indivíduo. Embora
se conheça a relação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e a obesidade,
ainda é escasso na literatura a sua relação com a inflamação em mulheres com
obesidade severa. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a associação entre a
frequência do consumo de alimentos de acordo com a classificação NOVA e o perfil
inflamatório de mulheres com obesidade severa. Este foi um estudo transversal,
realizado em 48 mulheres adultas (idade média=41,6±8,66 anos) com obesidade
severa (IMC ≥ 40 kg/m 2 ) recrutadas no Hospital Estadual Geral de Goiânia Dr. Alberto
Rassi. Foram coletadas medidas antropométricas (peso, altura e circunferências
abdominal e do pescoço) e uma amostra de sangue em jejum. Leptina e adiponectina
foram determinadas por meio de ensaios imunoenzimáticos (ELISA – enzyme-linked
immunosorbent assay). As informações referentes ao consumo alimentar foram
coletadas por meio de um Questionário de Frequência Alimentar semiquantitativo
validado para a população brasileira. Os alimentos deste questionário foram
agrupados conforme a classificação NOVA e cada frequência de consumo recebeu
um peso baseado na frequência de consumo diário. A análise estatística foi realizada
utilizando o software IBM SPSS Statistics, versão 24.0. O teste de modelo linear
generalizado (GLzM) foi utilizado para comparar os tercis dos escores de consumo de
cada grupo de alimentos e as variáveis contínuas. A correlação de Spearman foi
utilizada para correlacionar os escores de consumo de cada grupo de alimentos com
os parâmetros metabólicos, inflamatórios e antropométricos da amostra. O presente
estudo observou que as mulheres que pertenciam ao tercil 3 de consumo de
ultraprocessados apresentavam a razão adiponectina/leptina inferior à das voluntárias
do tercil 2 (p = 0,027). A média da insulina sérica foi maior nos indivíduos do tercil 1
de consumo de alimentos in natura comparados aos do tercil 3 (p = 0,042). Encontrou-
se também uma correlação positiva entre o escore de consumo de alimentos in natura
e QUICKI (r = 0,305; p = 0,035) e negativa entre esse escore e insulina (r = -0,376; p
= 0,008). Por fim, observou-se que mulheres mais velhas consumiam maior
quantidade de alimentos in natura (r = 0,329; p = 0,022). Os resultados sugerem que
a maior frequência de consumo de alimentos ultraprocessados está relacionada a um
perfil mais pró-inflamatório, enquanto a maior frequência de consumo de alimentos in
natura ou minimamente processados está correlacionada a uma melhor sensibilidade
à insulina.