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DEFESA DE DOUTORADO: Aline Medeiros Alves Santos

O evento ocorrerá no dia 29/08/2022, às 14:00h, Via webconferência.

Link da transmissão: https://meet.google.com/gtq-nmvc-grb

 

Título do trabalho:

Potencial prebiótico da polpa de baru (Dipteryx alata Vog.).

 

Orientadora:

Maria Margareth Veloso Naves.

 

Resumo:

O baru é um fruto nativo brasileiro constituído por uma casca fina, uma polpa fibrosa e um endocarpo lenhoso, que reveste a castanha. Durante o processamento do fruto para extração da castanha, a polpa de baru é descartada como subproduto, e sua composição química e os efeitos para a saúde são pouco conhecidos. Alguns estudos indicam que a polpa de baru é fonte de fibra alimentar e compostos fenólicos, os quais possuem diversos benefícios para a saúde, como atividade prebiótica. A demanda crescente por alimentos promotores de saúde e bem-estar de fontes alternativas, como subprodutos agrícolas, e o impacto social, econômico e ambiental gerado pelo aproveitamento desses subprodutos justificam a busca por novos prebióticos. Assim, os objetivos deste estudo foram: elaborar uma revisão sistemática sobre o efeito prebiótico dos polifenóis; elaborar uma revisão crítica sobre as características nutricionais e funcionais do baru e os efeitos para saúde; avaliar a composição química da polpa de baru e investigar, por ensaios in vitro, os seus efeitos sobre o crescimento e o metabolismo de bactérias potencialmente benéficas, e sobre a microbiota colonica humana. Segundo a revisão sistemática, existem fortes evidências derivadas de estudos pré-clínicos de que alguns polifenóis podem estimular o crescimento de bactérias intestinais benéficas e aumentar a produção de ácidos graxos de cadeia curta. A revisão crítica sobre o baru evidenciou o potencial nutricional e funcional da polpa de baru, assim como as lacunas existentes na literatura sobre sua composição química. Quanto aos resultados do estudo experimental, a polpa de baru apresentou alto teor de fibras insolúveis e compostos fenólicos, principalmente, hesperidina. A polpa de baru estimulou o crescimento e metabolismo de Bifidobacterium animalis subsp. lactis BB-12, Lactobacillus acidophilus LA-05 e Lacticaseibacillus casei L-26. Além disso, mudanças benéficas significativas foram induzidas pela polpa de baru digerida na microbiota colonica humana, com aumento da abundância de Lactobacillus-Enterococcus, Bifidobacterium e Bacteroides-Prevotella, além de redução do pH e aumento da produção de ácidos lático, acético e propiônico. Portanto, a polpa de baru possui propriedades prebióticas potenciais a serem exploradas em novos alimentos promotores de saúde, e em estudos pré-clínicos e clínicos para investigar o efeito do seu consumo sobre a microbiota intestinal.