Defesa: consumo e qualidade do café da manhã de pré-escolares

A mestranda Ana Carolina Vieira de Teixeira defenderá sua dissertação no próximo dia 12/02/2014 às 08:30h no Miniauditório Jatobá da FANUT/UFG. Saiba mais sobre a pesquisa. 

 

Resumo

As crianças menores de cinco anos encontram-se em uma fase vulnerável e práticas alimentares inadequadas podem intervir de forma negativa no crescimento. Dentre estas práticas, está a omissão do café da manhã. O objetivo do trabalho foi avaliar a prevalência, a qualidade do café da manhã e os fatores associados a omissão do seu consumo em pré-escolares. Trata-se de um estudo transversal, de base populacional e domiciliar com amostra probabilística de 463 crianças de 2 a 5 anos, de ambos os sexos. Avaliaram-se o hábito de consumir café da manhã e os alimentos presentes nesta refeição. O consumo alimentar foi avaliado por meio do inquérito alimentar habitual. As crianças com consumo ou não de café da manhã foram comparadas quanto à ingestão diária de energia, macronutrientes, alguns micronutrientes e fibras por meio do teste de Mann-Whitney. Foram também pesquisadas as seguintes variáveis: idade, sexo, idade materna, anos de estudo da mãe, classe econômica, criança frequenta creche, trabalho materno, uso de mamadeira, tempo gasto assistindo televisão, estado nutricional, troca de almoço por lanche, troca de jantar por lanche e número de refeições diárias.  Utilizou-se o Qui Quadrado de Pearson nas análises bivariadas e a regressão logística múltipla para avaliar a associação entre as variáveis pesquisadas e a omissão do café da manhã. A omissão de café da manhã foi observada em 9,3% da amostra. A média de consumo energético do café da manhã foi de 286,3 ±135,6 kcal representando 18% do valor energético total da dieta. 51,7% dos pré-escolares apresentaram consumo energético adequado no café da manhã. Os alimentos mais presentes na dieta das crianças foram leite e derivados (89,7%), açúcares simples (61,1%) e grupo do pão (42,1%). Houve associação entre a troca de almoço por lanche (OR: 2,54; p=0,037) e o consumo menor que cinco refeições diárias (OR: 1,98; p=0,018) com a omissão de café da manhã. As médias de ingestão de todos os nutrientes analisados foram maiores em crianças que consumiam esta refeição, com diferença significativa para o consumo de zinco (p=0,027) e ferro (0,043). A alta prevalência de omissão do café da manhã e a associação de sua prática habitual a melhor qualidade da dieta entre crianças menores de cinco anos corroboram com a importância de se estimular o consumo diário desta refeição, promovendo o aumento da ingestão de alimentos saudáveis como frutas, cereais integrais, produtos lácteos e gorduras saudáveis.  

Palavras-chave: Consumo de café da manhã; Pré-escolares; Comportamento alimentar, Frequência de refeições