Ana Paula Bento

Ensaio clínico demonstra que o consumo de amêndoa de baru reduz as concentrações séricas de colesterol total e LDL-colesterol

Saiba mais sobre esta pesquisa do PPGNut/UFG publicada recentemente em revista internacional Qualis A1.

Pesquisadoras do Laboratório de Nutrição Experimental (LANUTE) da Universidade Federal de Goiás (UFG) realizaram um ensaio clinico que acaba de ser aceito para publicação no periódico Nutrition, Metabolism and Cardiovascular Disease, da editora Elsevier, no ano de 2014. Este periódico é referência mundial na área de nutrição e doenças cardiovasculares, cujo fator de impacto, segundo o Journal Citation Reports, é 3,978.


O estudo foi conduzido utilizando-se o método ”cross over” ou “crossover”. Vinte indivíduos com hipercolesterolemia moderada foram suplementados com 20 g (aproximadamente 15 unidades) de amêndoa de baru por dia durante 6 semanas. Ao final da suplementação, foi observada redução significativa nas concentrações de colesterol total (-8,1%), não-HDL-colesterol (-8,1%) e LDL-colesterol (-9,4%).


Este foi o primeiro estudo que testou o efeito do consumo de amêndoa de baru em seres humanos. A porção utilizada foi 3 a 5 vezes menor que porções testadas em estudos com outras oleaginosas. A redução nas concentrações de colesterol total, LDL-c e não-HDL-c foram significativas, especialmente ao se considerar que a inclusão da amêndoa de baru na alimentação desses indivíduos foi a única intervenção realizada, mantendo, portanto, o consumo alimentar e o padrão de atividade física dos indivíduos.


Os resultados encontrados são de grande relevância para a ciência e para a saúde humana, e podem contribuir para a valorização e sustentabilidade da vegetação do bioma Cerrado. A descoberta de que a amêndoa de baru beneficia o perfil lipídico de adultos com alterações moderadas nas concentrações de colesterol, abre perspectiva para outras perguntas que futuros estudos devem responder, como a existência da relação dose-resposta no consumo dessa amêndoa; possibilidade de beneficiar indivíduos em outras fases de vida e em condições fisiológicas diferentes; impacto sobre outros desfechos clínicos e estudos com enfoque em aspectos da nutrigenômica e da nutrigenética.


Com esses resultados, os pesquisadores sugerem que a amêndoa de baru seja incluída no portfólio de oleaginosas recomendadas para compor uma alimentação que vise reduzir os riscos de doenças cardiovasculares.


Este trabalho foi desenvolvido como parte de uma dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Saúde da Universidade Federal de Goiás, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG) – Edital Universal (processo no 201200143070480). 

 

Pesquisadoras Lanute UFG

Foto: Cristiane Cominetti, Ana Paula Nunes Bento e Maria Margareth Veloso Naves, autoras do artigo.

 

A versão provisória do artigo pode ser acessada pelo link: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0939475314002270.


BENTO, Ana Paula Nunes; COMINETTI, Cristiane; SIMÕES FILHO, Adair; NAVES, Maria Margareth Veloso. Baru almond improves lipid profile in mildly hypercholesterolemic subjects: A randomized, controlled, crossover study Nutr. Metab. Cardiovasc. Dis. [online]. 2014. doi: 10.1016/j.numecd.2014.07.002