Influência dos níveis pressóricos, estado nutricional e atividade física sobre a qualidade de vida de hipertensos muito idosos
Saiba mais sobre esta dissertação que será defendida pela mestranda Samantha Pereira Araújo no dia 23/02/2015, às 09:00h no Miniauditório Jatobá da UFG
Resumo:
Os objetivos deste trabalho foram avaliar a influência dos níveis pressóricos, do estado nutricional e do nível de atividade física sobre a qualidade de vida de pacientes muito idosos sob tratamento regular em um serviço público de referência no tratamento de hipertensão em uma capital brasileira.
Foram incluídos 41 hipertensos de ambos os sexos, com idade igual ou maior que 80 anos. A coleta de dados ocorreu de julho a setembro de 2014. Os participantes foram entrevistados durante consulta com nutricionista e na ocasião foi aplicado questionário para investigação das variáveis sociodemográficas e hábitos de vida. Também foram aplicados o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) e o Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Health Survey (SF 36). Além disso, foram aferidas pressão arterial e medidas antropométricas. Foram realizados os testes exato de Fisher, Teste t e Mann-Whitney-U. O intervalo de confiança adotado foi de 95% e o nível de significância foi de 5% para todas as análises. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas da UFG.
A amostra apresentou baixo nível de escolaridade e baixa renda per capita. Apenas 7,3% dos idosos referiram ingestão de bebidas alcoólicas e nenhum se declarou fumante. Tabagismo e ingestão de álcool apresentaram diferenças entre os sexos, com maior prevalência entre os homens (p=0,002, p<0,001). Quanto ao estado nutricional, 46,3% da amostra apresentou sobrepeso conforme o índice de massa corporal e 80,5% apresentou circunferência da cintura aumentada ou muito aumentada. Os níveis de pressão sistólica e diastólica de 73,2% e 97,6% dos participantes, respectivamente, apresentaram valores controlados para a faixa etária. O nível de atividade física moderado e intenso foi verificado em 46,3% dos muito idosos. Mulheres e homens apresentaram mais baixas pontuações nos domínios capacidade funcional. A qualidade de vida associada aos aspectos físicos foi melhor em homens (p=0,044). A prática de atividade física refletiu em melhor qualidade de vida associada à capacidade funcional avaliada pelo SF 36 (p=0,007). A qualidade de vida dos muito idosos foi considerada boa, com melhores resultados para aspectos emocionais, sociais e de saúde mental.
Tais achados podem contribuir para o planejamento em saúde, com implementação de políticas públicas direcionadas aos idosos. Mais estudos deverão ser realizados no futuro com objetivo de esclarecer os principais fatores para promoção da longevidade com boa qualidade de vida.