Ingestão de leite materno e outros leites e fatores associados em lactentes atendidos em unidades básicas de saúde

Saiba mais sobre esta dissertação que será defendida pela mestranda Ludimila Pereira da Silva no dia 27/02/2015, às 14:30h no Miniauditório Jatobá/UFG

Resumo. O aleitamento materno, que deve ser exclusivo até o sexto mês e mantido até os dois anos de vida ou mais, é a estratégia que mais previne a morbidade e a mortalidade na infância. Além do leite materno, a alimentação complementar adequada é fundamental para o crescimento e desenvolvimento saudáveis da criança. Contudo, estudos com crianças menores de dois anos evidenciaram práticas alimentares inadequadas, tais como: baixa duração do aleitamento, sobretudo o aleitamento materno exclusivo, consumo de leite materno associado a outros leites, e consumo de leite de vaca em substituição ao leite materno.

O objetivo deste estudo foi avaliar o consumo de leite materno, leite de vaca e fórmula infantil e fatores associados em lactentes atendidos em unidades básicas de saúde.

Trata-se de um estudo transversal com 213 crianças de 12 a 15 meses de idade. O consumo alimentar foi avaliado utilizando-se o recordatório de 24h. Avaliou-se o consumo de macronutrientes, cálcio e o ganho de peso e comprimento médio mensal entre as crianças que consumiram leite materno, leite materno associado a outros leites e as não amamentadas. Analisou-se a associação das variáveis independentes idade materna, escolaridade materna, número de consultas de pré-natal, renda per capita em salários mínimos e excesso de peso com os desfechos aleitamento materno, consumo de leite de vaca (fluido e em pó) e consumo de fórmula infantil.

A ingestão de leite materno foi constatada em 50,2% das crianças, e 56,1% das crianças amamentadas consumiram outro leite. Os consumos de açúcar, achocolatado e farinha adicionados ao leite de vaca e à fórmula infantil foram verificados em 63,8% dos lactentes. O consumo energético das crianças em aleitamento materno misto (1418,5 ± 354,2 kcal) foi maior que o consumo das crianças que estavam somente em aleitamento materno (1103,0 ± 297,6 kcal) e das crianças não amamentadas (1186,6 ± 396,1) (p < 0,001).Ainda, as crianças em aleitamento materno misto apresentaram ganho de peso médio mensal (532,7 ± 125,3 g) maior que as crianças que consumiram leite materno não associado a outros leites (476,0 ± 96,2 g) (p = 0,017). A escolaridade materna associou-se positivamente ao consumo de leite de vaca (p=0,016).

Conclui-se que as práticas de aleitamento materno e consumo de leite de vaca e fórmula infantil dos lactentes atendidos em unidades básicas de saúde de Goiânia estão inadequados em relação às recomendações. Ainda, as crianças em aleitamento materno misto apresentaram consumo energético e ganho de peso médio mensal maior que as crianças que consumiram o leite materno não associado a outros leites. A escolaridade materna pode influir no consumo de leite de vaca pelos lactentes.