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Efeito da suplementação de curcuma longa L. sobre marcadores de inflamação e dano muscular após exercício de endurance

Este é o título da defesa pública de dissertação de Flávia Rasmussen Faria, que ocorrerá no dia 17/03/2016 às 14 h no(a) Miniauditório Jatobá.

O exercício físico possui a capacidade de aumentar a atividade antioxidade do organismo, em contrapartida, quando praticado de forma intensa, aumenta a produção de espécies reativas de oxigênio e a inflamação, podendo causar danos musculares. A curcumina, um componente amarelo-alaranjado do açafrão, é derivado da planta cúrcuma (Cúrcuma Longa L.), e tem sido amplamente estudada devido à sua capacidade antioxidante e anti-inflamatória. Objetivo: Avaliar os efeitos da suplementação crônica de cúrcuma sobre os marcadores de inflamação e de dano muscular após uma meia maratona. Metodologia: Este estudo foi dividido em duas fases. Na primeira fase foi realizado um ensaio clínico crossover com washout de sete dias. Nove participantes do sexo masculino foram suplementados com baixa (1,5g), média (3,0g) e alta (6,0g) dosagem de cúrcuma. Amostras de sangue foram coletadas em jejum até 120 min após a suplementação para avaliar as concentrações plasmáticas de curcumina e a capacidade antioxidante. Na segunda fase do estudo foi realizado um ensaio clínico randomizado, duplo-cego, placebo controlado com duração de 34 dias. Vinte e oito corredores foram suplementados com placebo (GP, 1,5g de celulose, n = 14) ou cúrcuma (GS, 1,5g de cúrcuma, n = 14). Ao final de 30 dias de suplementação, os participantes realizaram uma prova de meia maratona (21 km). Foram avaliados o desempenho físico, as concentrações de creatina quinase (CK), lactato desidrogenase (LDH), alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), interleucinas 6 e 10 (IL-6, 10), proteína quimiotática de monócitos (MCP-1) e a dor muscular após alongamento e palpação do quadríceps e bíceps femoral. Resultados fase 1: Os indivíduos apresentaram média de idade de 26,8 ± 1,3 anos e índice de massa corporal de 23,3 ± 0,7 kg/m2. As concentrações de curcumina e a capacidade antioxidante não diferiram entre os tempos de coleta de sangue e as diferentes dosagens de cúrcuma. Fase 2: A média de idade dos corredores foi de 34,1 ± 7,1 anos em GS e 36,0 ± 9,1 anos em GP. A suplementação de cúrcuma aumentou o desempenho dos atletas, no entanto sem diferenças entre os grupos. As concentrações de IL-6, IL-10, MCP-1, ALT e LDH aumentaram após a meia maratona, enquanto que CK e AST apresentaram elevação após 24h da competição, em ambos os grupos. GS mostrou maiores concentrações de IL-10 quando comparado ao GP (190% vs. 116%, p < 0,05). A sensação de dor muscular na palpação e no alongamento do quadríceps antes da corrida foi menor em GS quando comparado ao GP. GS também apresentou menor dor muscular após palpação do bíceps femoral 48h após a meia maratona. O desempenho. Conclusões: Na fase 1, as concentrações plasmáticas de curcumina e a capacidade antioxidante não apresentaram aumento proporcional à dose administrada. Na fase 2, a suplementação de cúrcuma não diminuiu o dano muscular, entretanto foi obervada melhora no desempenho, aumento nas concentrações de IL-10 e redução na sensação de dor.  
Palavras chave: cúrcuma, exercício físico, inflamação, dano muscular, dor muscular.